O ato de resistência dos oprimidos está em todo e qualquer momento da história. A memória e a importância cultural e histórica desses atos atemporais vem sendo celebradas através dos anos, tanto no teatro, como no cinema e na música. Após o Golpe de 1964, as produções artísticas engajadas passaram a ter cada vez mais relevância entre a sociedade e os jovens: entre essas manifestações estava Arena Conta Zumbi, que estreou em 1º de maio de 1965 no Teatro de Arena de São Paulo, com textos de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal.

Foi um tremendo êxito de bilheteria e também um dos maiores sucessos do teatro brasileiro da década de 1960, muito graças à reflexão que a peça sugeria sobre as recentes mudanças ocorridas no país. Um fator crucial de todo esse prestígio e repercussão era a música que reforçava todas as mensagens da peça, criada por um jovem e talentoso compositor: Edu Lobo. O ritmo de produção era alucinante, com Edu chegando a compor uma música por dia. Pensou em desistir de tudo e deixar um bilhete de despedida para Guarnieri, mas acabou seguindo em frente: “Até hoje, fico pensando, como é que eu consegui fazer, aos 21 anos, aquelas músicas todas?”, ainda se pergunta o compositor.

Edu Lobo se distanciou da bossa nova para se dedicar — como nenhum outro da sua geração — a criar trilhas para cinema, teatro e balé. Seu primeiro projeto totalmente imbuído nessa premissa profissional foi justamente a trilha de Arena Conta Zumbi, que chegou ao disco com o nome de Edu Canta Zumbi, lançado pelo selo Elenco em 1968.

Tanto a peça como o disco surgem em momentos conturbados da nossa história. A peça em 1965, na esteira do golpe do ano anterior, e o disco em 1968, o ano do AI-5 e do aumento da repressão e da censura. Em retrospecto, é possível refletir que tanto um, como o outro, compactuavam de um mesmo objetivo: aproximar a arte do povo, questionar a realidade do país, analisar as necessidades sociais e políticas, e contextualizar a importância histórica de Zumbi, um dos maiores líderes de resistência à escravidão, além de figura elementar da cultura afro-brasileira. A analogia entre a luta pela liberdade em tão distintas eras parecia perfeita.

Esta edição Rocinante/Três Selos é em vinil preto 180g, inclui reprodução da arte original em capa dupla e um novo envelope com texto do jornalista e escritor Bento Araujo, autor da série de livros Lindo Sonho Delirante.

- LP preto 180g
- Obi
- Capa gatefold especial ~ Livreto 6 páginas
- Envelope especial

 

Tracklist

Lado A (1º ato)

A1. Zâmbi no açoite (Edu Lobo, Vinicius de Moraes) 2:47

A2. É o banzo, irmão! (Edu Lobo, Guarnieri) 2:57

A3. Canção da dádiva da natureza (Edu Lobo, Guarnieri, Boal) 3:32

A4. Estatuinha (Edu Lobo, Guarnieri, Boal) 2:04

A5. Ave-Maria (Edu Lobo, Guarnieri, Boal) 2:53

A6. Pra você que chora (Edu Lobo, Guarnieri) 2:40


Lado B (2º ato)

B1. Upa, neguinho (Edu Lobo, Guarnieri) 1:17

B2. Sinherê (Venha ser feliz) (Edu Lobo, Guarnieri) 3:03

B3. O amor de Dandara, mulher de Ganga (Edu Lobo) 3:28

B4. O açoite bateu (Edu Lobo, Guarnieri) 4:35

B5. É um tempo de guerra (Edu Lobo, Guarnieri, Boal) 4:15

B6. A morte de Zâmbi (Edu Lobo, Guarnieri) 3:40

LP EDU LOBO - EDU CANTA ZUMBI

R$219,90
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O ato de resistência dos oprimidos está em todo e qualquer momento da história. A memória e a importância cultural e histórica desses atos atemporais vem sendo celebradas através dos anos, tanto no teatro, como no cinema e na música. Após o Golpe de 1964, as produções artísticas engajadas passaram a ter cada vez mais relevância entre a sociedade e os jovens: entre essas manifestações estava Arena Conta Zumbi, que estreou em 1º de maio de 1965 no Teatro de Arena de São Paulo, com textos de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal.

Foi um tremendo êxito de bilheteria e também um dos maiores sucessos do teatro brasileiro da década de 1960, muito graças à reflexão que a peça sugeria sobre as recentes mudanças ocorridas no país. Um fator crucial de todo esse prestígio e repercussão era a música que reforçava todas as mensagens da peça, criada por um jovem e talentoso compositor: Edu Lobo. O ritmo de produção era alucinante, com Edu chegando a compor uma música por dia. Pensou em desistir de tudo e deixar um bilhete de despedida para Guarnieri, mas acabou seguindo em frente: “Até hoje, fico pensando, como é que eu consegui fazer, aos 21 anos, aquelas músicas todas?”, ainda se pergunta o compositor.

Edu Lobo se distanciou da bossa nova para se dedicar — como nenhum outro da sua geração — a criar trilhas para cinema, teatro e balé. Seu primeiro projeto totalmente imbuído nessa premissa profissional foi justamente a trilha de Arena Conta Zumbi, que chegou ao disco com o nome de Edu Canta Zumbi, lançado pelo selo Elenco em 1968.

Tanto a peça como o disco surgem em momentos conturbados da nossa história. A peça em 1965, na esteira do golpe do ano anterior, e o disco em 1968, o ano do AI-5 e do aumento da repressão e da censura. Em retrospecto, é possível refletir que tanto um, como o outro, compactuavam de um mesmo objetivo: aproximar a arte do povo, questionar a realidade do país, analisar as necessidades sociais e políticas, e contextualizar a importância histórica de Zumbi, um dos maiores líderes de resistência à escravidão, além de figura elementar da cultura afro-brasileira. A analogia entre a luta pela liberdade em tão distintas eras parecia perfeita.

Esta edição Rocinante/Três Selos é em vinil preto 180g, inclui reprodução da arte original em capa dupla e um novo envelope com texto do jornalista e escritor Bento Araujo, autor da série de livros Lindo Sonho Delirante.

- LP preto 180g
- Obi
- Capa gatefold especial ~ Livreto 6 páginas
- Envelope especial

 

Tracklist

Lado A (1º ato)

A1. Zâmbi no açoite (Edu Lobo, Vinicius de Moraes) 2:47

A2. É o banzo, irmão! (Edu Lobo, Guarnieri) 2:57

A3. Canção da dádiva da natureza (Edu Lobo, Guarnieri, Boal) 3:32

A4. Estatuinha (Edu Lobo, Guarnieri, Boal) 2:04

A5. Ave-Maria (Edu Lobo, Guarnieri, Boal) 2:53

A6. Pra você que chora (Edu Lobo, Guarnieri) 2:40


Lado B (2º ato)

B1. Upa, neguinho (Edu Lobo, Guarnieri) 1:17

B2. Sinherê (Venha ser feliz) (Edu Lobo, Guarnieri) 3:03

B3. O amor de Dandara, mulher de Ganga (Edu Lobo) 3:28

B4. O açoite bateu (Edu Lobo, Guarnieri) 4:35

B5. É um tempo de guerra (Edu Lobo, Guarnieri, Boal) 4:15

B6. A morte de Zâmbi (Edu Lobo, Guarnieri) 3:40